Como era a vida cotidiana na época do Velho Oeste nos EUA?

 

Provavelmente você conhece as histórias do Velho Oeste por conta dos filmes de faroeste. E  também é bem possível que você pense em aventuras cheias de personagens armados, indígenas corajosos e perigos que se revelavam a cada passo dado.

Mas como era a vida "normal" no Velho Oeste? O fato é que havia também aqueles momentos de marasmo e rotina, mas que, certamente, eram bem mais precários em relação ao que vivemos hoje. Pensamos aqui em situações de falta de higiene e de conhecimentos básicos que hoje são normais para nós. Certamente, não era fácil viver nesse tempo.

A (falta de) higiene no Velho Oeste

Hoje é meio óbvio pensar que precisamos lavar as mãos e limpar pratos e talheres depois de usá-los. Mas no século XIX ainda não se sabia muito ainda sobre germes. Por isso, a higiene não era exatamente central para as pessoas no Velho Oeste.

Para começar, não havia muitos produtos de limpeza. Os pioneiros (como eram chamadas as pessoas que expandiram as fronteiras dos Estados Unidos no início do país) já estavam estabelecidos, mas ainda não sabiam muita coisa sobre desinfetantes.

Os suprimentos também eram escassos, e uma família costumava dividir o mesmo prato e o mesmo copo. Isso se repetia nos bares: os clientes podiam limpar a boca na mesma toalha, e nem reclamavam. Havia já os sabonetes de soda cáustica caseira, mas eles eram ineficazes e agressivos.

Cadê o banheiro?


Se a higiene era precária, é claro que outros quesitos, como os banheiros, eram igualmente sofríveis. Obviamente, não havia encanamento. Mas, no Velho Oeste, existiam latrinas e penicos, que eram pequenas tigelas de cerâmicas colocadas ao lado da cama para fazer xixi no caso de uma emergência.

Já as latrinas eram construídas do lado de fora das casas, em pequenas cabanas de madeira com dois buracos: um para os adultos e outro para as crianças. Na porta, uma abertura em semicírculo tinha a função de iluminar o local no escuro e trazer alguma ventilação.

Todo lugar no Velho Oeste possuía latrinas, que com certeza não cheiravam nada bem, já que não havia esgoto e elas eram usadas por todo mundo. E pior: várias pessoas usavam esse local com outros propósitos, como para beber, ler e até esconder armas.

E o papel higiênico?

Bom, papel higiênico não era exatamente uma realidade no Velho Oeste. Na verdade, ele foi criado em Nova York, na década de 1850, então com certeza não havia chegado entre os pioneiros antes disso.

Ainda que não existisse esse utensílio, as pessoas davam um jeito para se limpar. A publicação Farmer's Almanac, por exemplo, se tornou o "companheiro" no banheiro de muitas famílias pioneiras desde o seu início em 1792. As pessoas penduravam o livro em um prego para ler enquanto faziam suas necessidades. E, depois de lê-lo, arrancavam uma folha para fazer a sua higiene.

Mas outros objetos foram usados pelos pioneiros para essa função, como plantas, papéis aleatórios, espigas de milho e até trapos de roupas que eram depois reutilizados.

Dentes podres


Se tudo era muito precário nessa época, não há dúvida de que os dentes não eram exatamente uma prioridade. Ainda assim, havia alguma versão da pasta de dente e até dentistas, mas o cuidado com a saúde bucal ainda era bem rudimentar.

Era comum que as pessoas tivessem infecções feias nos dentes e sofressem efeitos colaterais indesejados durante os procedimentos. Também não existia anestesia, e eventualmente os dentistas usavam o ópio para tirar a dor dos pacientes, o que poderia matá-los.

Em 1886, um bandido chamado Clay Allison teve uma experiência tão ruim no dentista que decidiu se vingar. Ele simplesmente agarrou o doutor e arrancou um dos seus molares por conta do que havia passado. Quando morreu, um ano depois, a lápide do bandido dizia: “Ele nunca matou um homem que não precisasse ser morto”. Talvez ele tivesse razão!

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